domingo, 23 de janeiro de 2011

do costume de não terminar os textos…

"Brasília, 12 de outubro de 2010
Estamos sempre em situações de onde se pode retirar aprendizado. Essa é uma constante na condição humana. Se queremos aprender ou não, é outro assunto. O que me tirou da cama e me fez ligar o computador para escrever e tentar ser fiel às idéias foi a ânsia por linearizar o que aprendi. Assunto extenso, texto breve: relacionamentos. Esse ano foi para muitos dos meus amigos, principalmente os músicos, um ano de bruxa à solta. Não acho que meu ano tenha sido composto por desgraças, mas com certeza o encantamento de antes já não é o mesmo. Idealizar e Romantizar não são premissas mais, apesar de constantemente serem quase que instintivos. Não me tornei um descrente ou desiludido, de jeito maneira. Apenas aprendi com minhas experiências. Não conclui precocemente baseado só em conjecturas. Aprendi a não depender de outrem para me sentir feliz. Assim como sempre soube que não deveria condicionar minha felicidade a situações ou circunstâncias, sempre soube que depender não é algo agradável quando se trata de relacionamentos entre pessoas (“relacionamentos interpessoais” soa muito corporativo, papo de “gestores de pessoal”). A lição já sabemos de cor, só nos resta aprender, diria meu pai. Eu sabia que não devia depender, eu sabia que não devia condicionar, mas eu me conduzia àquilo a que já estava acostumado: só ficaria feliz se o telefone tocasse, só conseguiria me fazer feliz se do outro lado da linha ela estivesse feliz antes. É voluntário, estar com alguém é voluntário. Nunca se deve estar com uma pessoa para simplesmente agradá-la e satisfazer suas súplicas. O sentimento de compaixão não deve ser o motivo para a união…"