terça-feira, 12 de novembro de 2013

good men are not good to do bad

That my grandfather told my father, and so he gave that speech on morals, doing what is good apart what others do. Although, I don't fill fulfilled by only doing what I understand as good.
There's a kind of good people that think that the absence of evil means doing good. Well, that would be totally acceptable if we lived in a world of binary conditions. But, considering this world as a diverse, plural, non-linear nor predictable kind of world, not doing something doesn't mean you are doing its opposite.
I feel like I have been having an experience of not doing what I think is right,  but still not doing what I think is wrong. I don't even have it clarified like that in my mind actually. Once I entered college I saw a writing on a wall: "take a walk on the wild side". Five years ago I was sneaking the wild side through some wholes on a high fence of which I was standing behind. Nowadays I reckon that I found a way through, took a walk on its wild side, found it meh and now I am trying to find a way back.  But, is there really a way back? Was there actually some kind of fence dividing opposite sides or was it only my (once narrow) mind playing tricks on me and only showing what I could see with low effort.
I want to seize the beautiful day ahead, but I can't find a way through these fields.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

cama de casal

Cama de casal:
aumento da dioturna sensação
[ de constante solidão.
Vou dormir na diagonal.


Cama de casal!
mas eu sou solteiro!
a solução para este mal
é abraçar o travesseiro.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

a língua do homem

Hoje, no ônibus para a Ibiti, como de praxe, fui lendo Liberdade, do Johnatan Franzen. O romance mostra as vidas de uma família, os Berglund, em diversos âmbitos e (principalmente) as vicissitudes particulares de cada membro. O pai da família é um ambientalista e feminista convicto e seu retrato no livro é sempre decorado com a afã de um ativista que não quis se resignar, como dizem ser o destino de (quase) todo adulto. Acho o livro interessante por retratar os membros dessa família um a um, sem concentrar na figura de somente uma personagem e endeusá-la.
Esse livro me pôs a pensar, durante o trajeto que leva 40 minutos, no que é patriarcado. E refleti sempre observando aquilo em que tenho experiência, ou seja, minha família (pai, mãe, irmã, sobrinho) e meus parentes. Tivemos visita no final de semana, um primo e sua esposa que vieram do Ceará para conhecer Brasília. Ao retornar de sua breve estada aqui, enviaram uma mensagem de gratidão pelo Facebook somente no mural do perfil de meu pai, sem citar nenhuma outra pessoa. Bem, durante os últimos dias, todos e todas dedicamos tempo ao casal. Todos e todas realizamos atividades junto a ele e ela. E, por fim, a gratidão vem direcionada exclusivamente ao "pai da família". Apesar de raso, este exemplo é uma forma de eu confirmar a minha percepção das sutilezas do machismo cristalizado em nosso dia a dia. Durante as relações do dia a dia temos um modus operandi prático, para facilitar as interações com outras pessoas e nos comunicarmos. Porém com um olhar apurado e uma postura crítica diante destas pequenas ações, é possível enxergar o quanto somos submetidos e submetidas a esses valores centrados na figura do patriarca, do homem. Os anúncios de empresas que oferecem produtos de consumo de ambos os gêneros quase sempre enaltecem o interlocutor com adjetivos terminados com desinência masculina. Com um pouco de prática da alteridade, de tentar se colocar no lugar da outra, pode-se enxergar o quanto falamos a língua do homem.
Ainda ontem, algumas horas depois, estive presente em um culto de uma igreja presbiteriana chinesa, parte da pesquisa para meu Projeto Final. A palavra de Deus era ministrada por um jovem pastor brasileiro, e traduzida simultaneamente por uma senhora chinesa, a um público de 25 pessoas, de maioria chinesa. O pastor fazia referências ao sacrifício feito por Deus (João 3:16) e por vezes empossava-se da voz de Deus, interpretando e gesticulando como o pai de Cristo. Enfim, já fiz referências demais ao quanto o próprio Cristianismo está centrado na figura masculina, principalmente as vertentes protestantes que não consideram santa, nem dispensam idolatria a Maria. Mas o que achei curioso foi o fato de o pastor interpretar a voz de Deus direcionando-se sempre aos "seus filhos" ou simplesmente apontando um "venha a mim, filho". Em nenhum momento este filho era Cristo, mas sim a igreja ali presente, de maioria feminina. Não é de se surpreender o fato de que o mundo é machista, mesmo que simbolica ou sutilmente, mas tudo isso me intriga demais.
Enfim, vejo que além de uma postura crítica, além de enxergar todas essas incoerências, enxergo a necessidade de afirmar ações e postura feminista...melhor, despertar o respeito que há muito é relegado por meio da simples existência de instituições como o patriarcado ou sua expressão simbólica cotidiana. De um tempo para cá já não consigo suportar as piadas de cunho sexista, racista ou homofóbico que vez ou outra surgem às mesas de almoço dominicais. Se todas essas definições (sexismo, racismo, homofobia) existem para definir desrespeitos que ocorrem diariamente, não é porque exista uma postura "politicamente correta" que deva ser seguida, como ouvi num programa televisivo ontem. Mas sim porque ainda existem situações em que o respeito é desconsiderado e muitas vezes em âmbitos que a retitude deveria ser regra primeira, como o lar e a igreja.

sábado, 13 de abril de 2013

chagas de uma paixão

Alguma coisa acontece no meu coração
Não pode ser amor verdadeiro
Deve ser culpa do barbeiro
Que me picou o dedão

soledad

Tire essa pedra do caminho
que eu quero passar com o Drummond
Se hoje eu canto Nelson Cavaquinho
Porque sozinho estou como Byron

haikai do desapego

If there is nothing to be done
to undo what is done
then dane-se

sábado, 23 de março de 2013

eu, Antonino


                                                                               Brasília, 2013

I  find that once I was in love. Then I  pictured her by my side, at my parent's dinner table.
Later on, I also pictured her on my bed, sleeping recklessly.
There was even a time the only thing I could have a picture of on my mind was both of us.
Hence I realized I was obsessed. Every time I thought about her I pictured her with me anywhere I could be. I pictured her cooking with me. I pictured her riding a bike along with me. I pictured her having a simple life with me, the kind of life I always dreamed of.
Then now, when I finally could take a picture of her she's only present in there. Crystalized in that picture.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

acaso casual


                               foto minha feita na estação central de Kassel, Alemanha (2012)

Eu me sento à mesa da varanda de minha casa para estudar, longe da barulheira do interior da casa e sou surpreendido com os avisos do celular. A princípio eu ignoro já que não quero perder o foco dos estudos. No entanto o celular vibra mais que uma vez, duas ou três. Ele vibra seis vezes! Foram seis mensagens em branco do mesmo número desconhecido, ao ponto de me despertar a curiosidade e então a lembrança de que eu já havia recebido aquela mesma mesma mensagem vazia alguns meses antes. Por fim, decido ligar para o número e tentar descobrir o que acontecia. Depois de o telefone tocar algumas vezes uma mulher atende. E quando perguntada quem estava do outro lado da linha, espertamente replica com a mesma pergunta. Sábia resposta em tempos em que nossa privacidade é invadida muitas vezes até com nosso consentimento. Após explicar o que ocorrera, que há meses já recebia essas mensagens de seu número e só agora eu criara coragem de ligar para entender o que se passava a mulher responde que é jornalista, trabalha no Ministério de AlgumaCoisaqueEuEsqueci e que nunca havia me mandado essas mensagens e nem mesmo visto alguma mensagem destinada ao meu número em sua caixa de saída. Intrigados, ambos resignamos e ficamos com as desculpas recíprocas e educadamente finalizamos a ligação.

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Na noite do mesmo dia decido ir à Toranja, festa já tradicional das "quartas-feiras alternativas" de Brasília . Na companhia (e no carro) do Aloizio acompanhado por Mixa, sua amiga, saímos da UnB rumo à 201 norte ouvindo histórias da adolescência dos dois, de histórias engraçadas de amigos em comum entre eles. Mais tarde, já na festa, começamos a refrescar a memória um do outro a respeito de amigos em comum entre nós três. E é então que sou surpreendido com a notícia de que Fê Q, amiga de longa data deles e uma colega agora distante, está grávida, quase para parir. E o mais curioso da surpresa é que ela decidiu não saber o sexo da criança durante a gravidez, deixara para somente quando esta/este nascer! Exclamo com surpresa o quanto gostaria de desejar à Fê muita saúde e sucesso na gestação e na criação do bebê. Mas por falta de contato com ela esses votos talvez ficassem só nas ideias. Eu disse talvez ficassem.

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No dia seguinte acordo, vou à UnB, assisto minhas aulas e então vou para a biblioteca do campus estudar. Já é rotina. Mais uma vez sou interrompido por um número desconhecido, mas dessa vez de maneira mais insistente e direta. Uma chamada de um outro número desconhecido faz meu celular vibrar sobre a mesa da BCE. Decido sair para atender e me deparo com o sempre incômodo de se ter nome iniciado com a letra A: receber ligações de bolsos, bolsas e qualquer compartimento inanimado que com o mínimo movimento faz a ligação mais precisa e mais aporrinhante que alguém gostaria de receber. Desligo, mas retorno a ligação. Quem era do outro lado da linha? A mesma mulher do outro número que, desta vez, atendia em seu outro aparelho. E este, misteriosamente, ligara para o meu também sem a intenção da dona. Eis que me deparo com o mais surpreendente: a dona de ambos os números desconhecidos é a mãe da Fê Q. Um dos aparelhos, com chip da TIM, que ela usa atualmente já pertenceu à Fê e tinha meu número registrado. Mas as mensagens e a ligação nunca partiram dos dedos da mãe da Fê. Sempre foram realizadas por algum arranjo misterioso do acaso. Oportunamente pude desejar meus votos para a Fê e rir quando a mãe dela falou que ia me tirar da agenda dela, sem ofensas.
Louco, não? Finalmente vi o slogan “sem fronteiras” ser aplicado para alguma coisa.


P.S.: Mais oportuno ainda é citar o Aloizio no texto e, no título deste post, uma música da banda que ele tinha com outros amigos meus, a Lafusa.