sexta-feira, 8 de maio de 2009

Pandemia (?)

Influenza A, Crise Financeira na descendente, Ronaldo, Adriano, Miss DF etc etc etc. Os sites de notícias têm oferecido um leque de assuntos e, em alguns casos, opiniões a respeito dos diversos casos. Mas a notícia que me fez vir ao computador de supetão para redigir isso foi divulgada no Jornal da Band que está em andamento nesse instante. Por mais contrário que eu seja à edição regional(DF) do jornalismo desse canal, me dispus a assistir à nacional. E o que me chamou a atenção foram as notícias sobre a Nova Gripe: primeira confirmação de morte no Canadá, causada pela nova doença; jovem que viajou em 23 de abril para uma competição de tênis em Cancún retorna ao Brasil e, no mesmo dia, vai a uma boate. Dias depois vai à casa de amigos assistir a um jogo de futebol. Por fim, ele está isolado num andar do hostpital da Ilha do Fundão com a confirmação de estar infectado pela Gripe A; garota de 7 anos que voltou da Flórida há alguns dias teve diagnóstico da mesma doença confirmado pela Secretaria de Saúde de Santa Catarina, mas já teve alta. O caso aguarda confirmação do Ministério da Saúde para contabilizar, hoje, o quinto caso brasileiro de contaminação pela Nova Gripe.
Afora tantos casos de repercussão e discussão sobre a saúde nesses casos, eu me ative a outra temática: a do preconceito que está na ascendente. O preconceito que se está gerando em casos como o seguinte: uma professora suspeita de estar infectada pelo vírus está sendo alvo de um abaixo assinado que requer seu afastamento do colégio, por razões óbvias, mas que não justificam tal ataque à ética. Inclusive um dos pais que deixaram a assinatura é médico. A discussão tem de ser levada para esse campo ético também. São máscaras e recusas de apertos de mão que, ao lado da saúde são tentativas de evitar novas contaminações, mas que, ao exemplo extremo dessa professora, têm reafirmado o distanciamento. Talvez essa desagregação seja em muito contribuição para a facilidade do alastramento do pânico geral, do pandemônio gerado em situações em que não se consegue agarrar a algo ou a alguém por não se tê-los por perto. E é só na vulnerabilidade que conseguimos olhar para cima, porque aí percebemos que o pedestal que construímos para nos suportar numa altura não nos sustentava realmente. Já bem distante do que quero dizer, retomo a necessidade de humanizar a situação e não ser regido pelo medo, pelo temor e pela recusa em favor de uma segurança sugerida.
Por fim, a individualidade que nos protege em muitos momentos nos trai quando confirmamos o que não queremos reconhecer: somos pequenos e vulneráveis. Pensamos nos grandes feitos da Humanidade, no poder de cura da Medicina, na evolução tecnológica ou no alcance da ciência, mas poucas vezes lembramos que todos esses são realizações de seres humanos, frágeis, errôneos em muitas áreas e não exatos nem muito menos íntegros, como o sentido usual da palavra sugere. Às vezes agimos em prol da saciedade da vontade própria que, por vezes, pode ser danosa a uma multidão, ou, em outros casos, inocentemente oferecemos riscos aos que nos rodeiam. Ou, maus que conseguimos ser, somos intencionalmente arbitrários e pensamos em prol apenas do bem próprio ou daqueles que, em determinadas situações, são considerados próximos, já que em outras situações podem nos oferecer riscos.

sábado, 2 de maio de 2009

incompleto2

Um filho, que tem em seus pais a segurança e fortaleza incontestes, por vezes hesita em falar de vivências, sentimentos, emoções por tratá-los muitas vezes com racionalidade. Por vê-los humanos, e não os pais, figura acima de toda classificação racional, que merecem e têm de ser vistos debaixo em muitos momentos. Esse filho se vê em muitos momentos só ao pensar nas possibilidades de ocorrência de coisas ruins, quando esquece que cada um tem a possibilidade de fazê-las boas ou ruins.
Do outro lado, a inocência e insipiência de quem tem três quartos de ano de vida e olha constantemente debaixo para seus pais que não veem a hora de tê-la nos braços enquanto o vento bate em seus rostos. Eles esperam paciente e exemplarmente por esse momento e não há data festiva, feriado, dia santo que se diferenciem nas corriqueiras visitas e revezamentos: quando um espera, o outro faz as coisas que se pedem ser feitas.