quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

mais divagar

Kings of Convenience me deixa produtivo. Seja para me motivar a ler Ensaio Sobre a Cegueira de uma vez mas ainda assim sendo capaz de imaginar as cenas e as possibilidades ou para anotar os museus de meu roteiro vespertino dessa terça-feira. Já fiz light-paintings na varanda, já fiz retratos em Irauçuba, já fiz rafes de fotografias ligeiramente trabalhosas que pretendo fazer quando voltar para Brasília, já pensei em ler Heidegger, mas ele está sério demais para o sol que fez hoje. Nessa ilha de ar condicionado em que me encontro é quase impossível perceber o calor absurdamente convidativo que faz lá fora. Motivei meus pais a irmos à praia amanhã, mas ainda falta falarmos com uma das pessoas mais importantes dessa Fortaleza, minha tia Feliz. O coração maior do mundo que me recebeu em julho quando cá estive para o ENECOM. Ainda tenho os textos da Crítica Radical para ler e discutir com o Cuquinho, o grande Chiquinho. E aí Heidegger pode vir à calhar!
Mas hoje pensei bastante sobre como temos a seletividade de pessoas próximas a quem confidenciamos nossas idiossincrasias. Eu realmente me preocupo com essa questão ética e moral, embora os valores embutidos nos meus padrões possam não ser os mesmos para os que estão ao meu redor. O assunto de hoje com meu primo policial foi literatura e cinema e caímos em Fromm. Erich dizia que as amizades têm de ser poucas, embora profundas. Então o que me leva a pensar que realmente são poucos a quem devemos confidenciar nossos segredos pois "estes, sim, serão os senhores de vosso destino", como alguém disse e de quem não recordo o nome. Eu me pergunto: cometemos erros, mas temos a preocupação de crescer e evitá-los? Ou nossos erros serão medalha, peso para distinção de quem obteve mais experiências em vida? O que deve ser avaliado é quem errou, quem pecou mais ou quem conseguiu evoluir com o pouco de erros cometidos? Eu sou um pecador e sei que só existe uma pessoa que nessa Terra esteve que não poderia assumir o mesmo. Mas eu não busco cometer erros que afetem e/ou prejudiquem meus próximos. Se alguém tem de ser prejudicado com as minhas idiossincrasias, esse serei eu!
Estou longe de casa e acho que isso me faz repensar meu comportamento, minha percepção quando em terra conhecida e segura: o lar, ou o que eu considero como tal. Meu dia-a-dia aparentava ser mecânic, já que inúmeras vezes esqueci de carimbar os livros de Design renovados pela internet, quando na noite anterior eu me preparava psicologicamente para fazê-lo. Mas era pegar o 168 rumo à Academia que eu só pensava em seguir em frente e depois retornar. Mas às vezes eu era circular tal qual os 106.2 fazendo o mesmo trajeto mesmo que inconscientemente sabendo que tinha algo mais importante por fazer.
Acho que o que não devo fazer é fica aqui sentado divagando, mas talvez isso seja só um subterfúgio para a ausência que sinto de todos los hermanos que tengo, mas no los puedo contar. E se algum deles ler isso, tiver paciência para tentar concatenar de alguma forma essa miscelânea de pensamentos que tentei traduzir, vai ter valido de algo a posição desconfortável a que impus minha coluna. Nem que seja para me dizer "Enfim!", né, Kássia?
É isso, fiquem com Deus!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

essa sisudez tem de esmorecer.
seja diante de harmonias tortas, desenhos suaves ou questionamentos infindáveis.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

dv

O que começou com desconforto foi se acomodando como porta de entrada. Exatamente pela falta física desses recursos, a metáfora tem muito mais valor. A princípio eu não conseguia apreender os nomes das personagens por faltar algum elemento cênico que eu pudesse associar às personagens. Mas logo isso foi caindo pelo peso do roteiro e dos diálogos que, por meio de reviravoltas e intensificações tornavam adaptável a maneira de se contar a história e ambientá-la em “lugar algum”. O que vi em Dogville foi uma tremenda preparação de cada ator ao ponto de conseguir excluir de seus sentidos a necessidade construída de se ter paredes para isolar um acontecimento ou a vida particular. E fica fortemente evidente quando através de uma lente nada empolgada ou cheia de arrojos, um estupro ocorre dentro de uma casa. E lá deve permanecer mesmo que as paredes não impeçam os outros atores de vê-las. E é forçando os atores a se acostumarem com a quebra de uma das três paredes que Lars von Trier enriquece o filme.
Outra característica que força, agora em relação ao espectador, é a ausência de trilha sonora. Esse recurso audiovisual é extremamente importante por guiar quase que inconscientemente uma platéia e despertar nesta sensações premeditadas. E as sensações despertas em Dogville dependem muito do desenrolar da trama, da força dramática e de outros recursos em que se deposita mais valor para alcançar o âmago do espectador.
Amanhã vejo Manderlay! Me falta ainda Cidade das Mulheres, Manderlay. Desisti de Yellow Submarine, já vi Dogville, não gostei de Um Beijo Roubado. E gostei à beça de Apenas uma Vez.

domingo, 20 de dezembro de 2009

incompleto4

toc,toc,toc,toc,toc
(porta de correr abrindo)