segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

dv

O que começou com desconforto foi se acomodando como porta de entrada. Exatamente pela falta física desses recursos, a metáfora tem muito mais valor. A princípio eu não conseguia apreender os nomes das personagens por faltar algum elemento cênico que eu pudesse associar às personagens. Mas logo isso foi caindo pelo peso do roteiro e dos diálogos que, por meio de reviravoltas e intensificações tornavam adaptável a maneira de se contar a história e ambientá-la em “lugar algum”. O que vi em Dogville foi uma tremenda preparação de cada ator ao ponto de conseguir excluir de seus sentidos a necessidade construída de se ter paredes para isolar um acontecimento ou a vida particular. E fica fortemente evidente quando através de uma lente nada empolgada ou cheia de arrojos, um estupro ocorre dentro de uma casa. E lá deve permanecer mesmo que as paredes não impeçam os outros atores de vê-las. E é forçando os atores a se acostumarem com a quebra de uma das três paredes que Lars von Trier enriquece o filme.
Outra característica que força, agora em relação ao espectador, é a ausência de trilha sonora. Esse recurso audiovisual é extremamente importante por guiar quase que inconscientemente uma platéia e despertar nesta sensações premeditadas. E as sensações despertas em Dogville dependem muito do desenrolar da trama, da força dramática e de outros recursos em que se deposita mais valor para alcançar o âmago do espectador.
Amanhã vejo Manderlay! Me falta ainda Cidade das Mulheres, Manderlay. Desisti de Yellow Submarine, já vi Dogville, não gostei de Um Beijo Roubado. E gostei à beça de Apenas uma Vez.

Um comentário:

  1. Mas já era tempo, hein? Aproveita e passa lá, ó: hhtp://ocionemtaocriativo.blogspot.com heuahueahaeu ;)

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