sábado, 20 de junho de 2020

100 dias de quarentena. 115 dias desde o primeiro caso de covid-19 no brasil. 50 mil mortos durante a pandemia. mais de 1.000.000 de casos até hoje.

comecei falando de números que assustam. mas depois de tanto tempo, os números perdem o impacto. como ficou claro hoje, no comentário do meu vizinho que se gabava comigo do novo jeep que ele comprou. "a vida não pode parar!", comentou. pois é. para 1 milhão de pessoas ela está parada dentro de um quarto residencial ou hospitalar ou no leito de uma UTI. isso sem contar o inestimável número de parentes enlutados que perderam 50 mil pessoas desde 26 de fevereiro.

durante esta pandemia, minha mãe sofreu um aneurisma cerebral, eu me recupero (ainda) de uma cirurgia cardíaca e minha família permanece saudável, apesar disso tudo. nossos privilégios e nossas seguranças nos permitem levar uma vida segura e razoavelmente cheia, mesmo durante o isolamento social. aposentados ocupados com tarefas domiciliares, trabalhadores cumprem suas 40 horas de trabalho semanal, que hoje não são mais tão bem definidas. isso não se compara à dor das famílias que perderam alguém.

eu não sei o que é estar angustiado por saber que um parente contraiu a doença que ainda não tem cura nem vacina. e eu tenho muitos parentes espalhados por todo o país. isso é mais que sorte, é privilégio. pois graças a Deus minha família tem segurança para permanecer saudável e segura. mas não apenas isso, tem conhecimento e empatia para saber que deve ficar em casa, permanecer distante para viver bastante.

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